A Presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE) de Cabo Verde, Maria do Rosário Pereira Gonçalves, participa hoje, em Lisboa, na conferência intitulada “Inteligência Artificial, Democracia e Eleições”, promovida pela CNE de Portugal no quadro das comemorações dos 50 anos da tomada de posse da sua primeira comissão.
O evento decorre na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, com transmissão online, e conta com intervenções de vários membros da CNE, do Vice-Presidente do Tribunal Constitucional de Portugal, Gonçalo de Almeida Ribeiro, e do membro da Comissão de Veneza, Srdjan Darmanovic.
Ao intervir no primeiro painel de debate sobre “Inteligência Artificial e Eleições”, Maria do Rosário Pereira Gonçalves felicitou a CNE de Portugal, destacando o seu percurso notável e os grandes contributos dados à democracia portuguesa. Simultaneamente, expressou a gratidão da CNE de Cabo Verde, enquanto “irmã mais nova” que completou recentemente 30 anos,, pelas oportunidades de aprendizagem, partilha e apoio proporcionadas pela CNE de Portugal à democracia cabo-verdiana.
No que se refere ao tema em debate, a Presidente da CNE de Cabo Verde salientou que tendo em conta aquilo que já estamos habituados a Inteligência Artificial, sobretudo no contexto das eleições e das instituições democráticas, se apresenta como um fator desafiante e gerador de preocupações.
“Queremos felicitar todos os oradores pelas apresentações. Podemos afirmar, sem grande margem para erro, que vivemos numa era de guerra informacional. Nesta realidade, está em causa a gestão da informação, do conhecimento e do próprio negócio da inteligência. Naturalmente, a segurança, a economia e a democracia não estão à margem desta questão”, destacou.
Maria do Rosário Pereira Gonçalves acrescentou que é essencial reconhecer que não se pode travar o avanço da Inteligência Artificial, pelo que defende a necessidade de encontrar formas de adaptação e medidas eficazes para preservar as democracias e os processos eleitorais, sobretudo no combate à desinformação e a interferência dissimuladas e disseminação de conteúdos manipulados.
“Temos de saber tirar o melhor proveito da Inteligência Artificial. O grande desafio é modernizar as nossas instituições, reduzir a morosidade e a burocracia e responder de forma eficaz aos desafios colocados pelas novas tecnologias de comunicação e informação. Estamos aqui para aprender e estamos gratos e felizes por fazer parte desta celebração”, afirmou.
Esta conferência insere-se nas comemorações dos 50 anos da tomada de posse da primeira CNE de Portugal, criada a 15 de novembro de 1974.
Na semana passada, a Presidente da CNE de Cabo Verde esteve em Dakar para participar na reunião preparatória da conferência regional de celebração dos 50 anos da CEDEAO.