A Presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE), Maria do Rosário Pereira Gonçalves, afirmou hoje que o Estado de Cabo Verde deve envidar esforços para a criação de um Centro Permanente de Verificação de Informações, que possa auxiliar a administração eleitoral na identificação e combate à desinformação.
De acordo com Maria do Rosário Pereira Gonçalves, esse centro deve trabalhar em articulação com os órgãos de comunicação social, com o objetivo de empoderar os eleitores e garantir que tomem decisões informadas e conscientes com base em informações verdadeiras.
A líder da administração eleitoral falava aos jornalistas na sequência do Encontro de Restituição sobre a Experiência Piloto da Unidade de Verificação de Factos nas Redes Sociais, realizado hoje na sede da CNE. A iniciativa foi implementada no âmbito das eleições autárquicas de 2024.
“Os ganhos foram significativos. Consideramos que a unidade permitiu à CNE monitorar, sobretudo, os eventos no ambiente digital durante o processo eleitoral, além de proporcionar uma resposta rápida para notificar e classificar informações falsas e vídeos manipulados. Isso permitiu alertar os cidadãos para não consumirem ou interiorizarem essas informações”, explicou.
A Presidente da CNE salientou ainda que as recentes mudanças nas políticas das plataformas digitais impõem um esforço adicional por parte das autoridades cabo-verdianas para garantir um ambiente digital mais seguro.
“Refiro-me concretamente ao papel do Governo, que deve implementar políticas e medidas para tornar o espaço digital mais seguro e propício ao fortalecimento do nosso tecido democrático, garantindo que ele não se torne um fator de fragilização”, sustentou.
A Unidade de Verificação de Factos Eleitorais foi criada e implementada pela CNE, em parceria com a Autoridade Reguladora da Comunicação Social (ARC) e a Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).
A unidade operou durante o período da campanha eleitoral para as eleições autárquicas de 01 de Dezembro, com o objetivo de promover a integridade e a transparência do processo eleitoral. Diante do aumento da disseminação de desinformação nas plataformas digitais, o trabalho da unidade focou-se na investigação e verificação da veracidade de informações divulgadas online sobre o processo eleitoral e as candidaturas.
Sob a coordenação do conselheiro da Autoridade Reguladora da Comunicação Social (ARC), Alfredo Pereira, e com o apoio dos técnicos da CNE e da Uni-CV, a unidade contou com seis analistas, entre estudantes dos cursos de Informática e Ciências da Comunicação, que trabalharam em regime de turnos para assegurar o funcionamento ininterrupto da unidade e garantir que os objetivos fossem cumpridos com eficiência, seguindo os padrões internacionais de verificação de factos eleitorais.
O relatório final da experiência Piloto da Unidade de Verificação de Factos nas Redes Sociais, a ser aprovado pelo plenário da CNE, será brevemente partilhado com os órgãos de comunicação social e com o público em geral, atravás da publicação do site oficial da CNE.